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Consequências e perigos da introdução alimentar precoce.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que até os 6 meses, os bebês devem ser alimentados somente com leite materno e somente após esta idade deve ser feita a introdução alimentar complementar alternando com o leite.
A alimentação complementar é definida como a alimentação no período em que outros alimentos ou líquidos são oferecidos à criança, em adição ao leite materno. Alimento complementar é qualquer alimento dado durante o período de alimentação complementar e que não seja leite materno. Os alimentos complementares podem ser preparados especialmente para a criança ou podem ser os alimentos consumidos pelos demais membros da família, modificados para atender às habilidades e necessidades da criança. O objetivo da introdução desses alimentos é o de fornecer energia, proteína, vitaminas e minerais quando o leite materno já não atende mais as necessidades do bebê.
No entanto, é comum vermos pediatras, avós, vizinhas, amigas, indicando que os bebês comam alimentos e/ou bebam água a partir dos 3 meses.

Mas por que não deve ser feita a introdução alimentar antes dos 6 meses?
A introdução alimentar precoce pode levar a um déficit nutricional e a enfermidades.
Vários estudos realizados inclusive no Brasil, apontam que a introdução alimentar complementar precoce aumenta a morbimortalidade (incidência de doenças e óbitos) infantil, devido a uma menor ingestão de fatores de proteção existentes no leite materno, além dos alimentos serem uma forte fonte de contaminação para os bebês que ainda não estão preparadas fisiologicamente para esse tipo de contaminação.

A introdução precoce dos alimentos pode desencadear uma série de complicações para o bebê, como aumentar o risco de alergias, doenças crônico degenerativas na vida adulta, episódios de infecções gastrointestinais, diminuição do tempo de duração do aleitamento materno - o que já vem sido dito a tanto tempo, em como o leite materno beneficia o bebê até a fase adulta - , interfere na absorção de nutrientes presentes no leite humano, aumento da vulnerabilidade para diarreias, infecções, desnutrição, atraso no desenvolvimento motor e mental, aumento do risco de obesidade e doenças cardiovasculares na vida adulta.
Alguns alimentos como ovos, mel (botulismo), leite de vaca, nozes, amendoim e peixe que são altamente alergênicos só são recomendados após 1 ano de vida.
Outro motivo para a introdução alimentar ser feita a partir dos 6 meses, é porque a partir desta idade que a maioria das crianças atinge um estágio de desenvolvimento geral e neurológico (mastigação, deglutição, digestão e excreção), que a habilita a receber outros alimentos (WHO/UNICEF, 1998).
A Organização Mundial da Saúde chegou ao consenso de que não há nenhum benefício que ultrapasse os riscos e as desvantagens da introdução alimentar complementar precoce antes dos 6 meses.

Mas e se o bebê toma fórmula infantil ao invés de leite materno?
A orientação é a mesma, a água que coloca na mamadeira para preparar o leite já supre a necessidade hídrica da criança. As fórmulas de leite artificiais possuem substâncias que imitam o leite materno. Não é igual, não tem os fatores de proteção, mas supre as necessidades nutricionais do bebê.

Por tudo isto, a mãe deve estar ciente e entender as complicações que podem se desenvolver, já que a alimentação da criança tem repercussão ao longo da vida!!!!
A família deve estar atenta à alimentação do bebê, para que seja no tempo certo e com os alimentos adequados para a sua faixa etária.
Essa é a forma de respeitar e priorizar o desenvolvimento saudável da criança e também de prevenir inúmeras doenças.

Dra Mayra Montelato
Nutricionista
(13) 99177-7264

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